sexta-feira, 21 de março de 2014

MEMÓRIAS DIVERTIDAS




Capitulo 5 
Escadas Rolantes



  Hoje vamos falar sobre escadas rolantes. Sim escadas rolantes! Ocorreu- me falar sobre isto por ser tão banal...agora, por ser tao fácil subir numas escadas rolantes...agora!
Mas sabiam que nem sempre as coisas foram assim. Vamos ver um pouco da história das escadas rolantes no mundo e aqui em Portugal...........

... A escada rolante nasceu, em 1892, dos esforços de dois americanos, Jesse W. Reno e George H. Wheeler. Reno patenteou sua ideia em 15 de março de 1892 e a inaugurou em Coney Island, Nova York, no outono de 1896. 
A escada de Reno era uma esteira inclinada sem fim, feita de placas de madeira, cada uma com 10 centímetros de largura e 60 centímetros de comprimento. Essas madeiras tinham ranhuras revestidas de borracha, direcionadas para a frente, para que os sapatos do usuário aderissem bem. Passavam debaixo de um pente nas duas extremidades da esteira, como acontece numa escada rolante moderna. Um motor elétrico acionava a escada e também o corrimão de borracha, coberto de pelúcia, a uma velocidade de 2,5 quilômetros por hora.
  A primeira escada rolante com degraus planos foi patenteada por George H. Wheeler, em 2 de agosto de 1892. Esta não tinha um mecanismo tipo pente e os passageiros entravam e saíam por uma entrada lateral. Embora a escada de Wheeler nunca tenha sido construída, sua patente foi comprada em 1898 por Charles D. Seeberger, que incorporou a ideia dos degraus planos num desenho aperfeiçoado, de sua autoria. O protótipo de Seeberg foi construído pela Companhia de Elevadores Otis, com quem ele fez um acordo, e entrou em operação na sua fábrica em 1899.
  Não consegui obter informação exata sobre quando apareceram em Portugal mas como os anos  70 e 80 foram os anos de tudo acontecer, acredito que terá sido por volta do inicio dos anos 70 que se começaram a ver. 
  Tenho bem na ideia de ver adultos normais, não idosos a recusarem subir numa escada rolante, miúdos a serem segurados pelos pais e idosos que ou nem subiam ou olhavam para elas como um monstro que tinham que enfrentar e também algumas saídas quase em tropeção e mesmo em bela queda (vídeo). É que mesmo para entrar não era fácil...colocar o pé no meio do degrau que fugia, chegava a provocar verdadeiros engarrafamentos de escadas rolantes porque alguém indeciso nunca mais decidia colocar o Pe.





  Cada vez que aparecia umas escadas rolantes eram quase que ponto alto desse local, a estacão da CP agora com escadas rolantes...uau!
  Então que não se pense que a vida não era emocionante.
Como avançámos no tempo! Hoje uma criança de 2 ou 3 anos mete o seu pezinho e se for preciso em jeito de brincadeira sobe ou desce as escadas em sentido contrario

  A ideia parecia um pouco estupida se eram escadas, para quê serem rolantes para isso punham elevadores. Hoje parece estupido dizer isto mas era um conceito novo: degraus que se mexem em vez das nossas pernas. Hoje até passadeiras rolantes existem, mas naquela altura um bom elevador era uma excelente solução. O que é curioso é que mesmo um adulto normal ou um jovem olhava muito bem, para por o pé no meio do primeiro degrau que aparecia, porque a entrada era complicada embora a saída fosse um pouco mais fácil.
  E por falar em elevadores, havia uns com grades de correr antes da porta, depois apareceram aqueles que se vê as paredes nas transições dos andares e que tinham uma particularidade para os mais destemidos e pregadores de partidas, que era uma barra antes da porta no chão a todo o comprido que tinha a função de imobilizar o elevador com um simples toque de pé nessa barra e que podia parecer uma avaria que para os claustrofóbicos era o pânico geral, mas uma bela brincadeira para quem a fazia.

  Se calhar alguns pensarão que um dia poderemos até ser teletransportados qual filme Star Trek ou outra tecnologia agora impossível, mas sem duvida naquele altura alcançava- se o impensável: escadas que andam...ou que rolam...


MEMÓRIAS DIVERTIDAS




Capitulo 4 
Brincadeiras (continuação)






  Pois bem,aqueles "momentos de fama" que passávamos sem saber por jogarmos ao lado de um futuro famoso ficariam marcados na nossa história e agora quando falamos disso falamos com a "pinta" de ter jogado ao lado do Rui Costa.
 E o mais engraçado é que, por ironia do destino jogávamos com o nosso equipamento vermelho quase a Benfica, camisolas e meias vermelhas compradas para todos e de resto os calções mais ou menos iguais, cada um tinha é que trazer uns que fossem brancos, portanto ais ou menos parecidos.
  Mas tempos houve anos antes que as cores dos Quintanos eram outras. Recordo-me duma camisola laranja em que as nossas mães foram "obrigadas" a cozer três fitas azuis nos ombros como se de uma original camisa Adidas se trata-se, e que bonito ficava o contraste do laranja com o azul das riscas algumas bem "cozidinhas direitinhas" e outras mais ou menos, pois isso dependia da habilidade das ditas mães.
  É claro que se criaram ali grandes jogadores e na verdade o ritmo competitivo era enorme. Depois de fazermos um ou dois jogos a acabar aos 10 que podiam durar tanto ou mais como um jogo oficial (ás vezes duas horas), vinham "os da rua de cima" como num belo filme de super heróis ao fim da rua em grupo para nos defrontarem mais uma vez. Comandados por um tal "mocho" de alcunha e que sempre nos proporcionavam bons treinos, em 99 por cento dos casos com belas derrotas para eles. Não sei quanto jogos fizemos ao longo daqueles anos, mas estou seguro que posso contar pelos dedos de uma mão as nossas derrotas. Recordo- me de um jogo que perdíamos por 9 a 4 e acabaríamos por vencer por 10-9 deixando em choro literal os nossos adversários que voltaram cabisbaixos pela rua acima. Mas recordo com saudades esses grandes jogos. Resta dizer que bem diferente de agora aquela praceta tinha infantis, juvenis juniores e seniores e que grandes craques se viam ali.
   Uns anos mais tarde nós já adolescentes jogávamos, com os mais velhos de 24, 25 anos, e que grandes jogatanas. Fizemos tipo um campeonato e todos os Domingos á tarde as varandas pareciam bancadas com os moradores a delirarem e mesmo a gritarem golo, puxando pelos seus favoritos, isto não é história da "treta", mas a verdade e alguns dos velhotes da zona ainda falam com saudade desses jogos que viam á janela.
  Mas falemos dos outros desporto que praticávamos.
  Um dia, "dois mais velhos" decidiram organizar uns jogos olimpicos para nós. Mas não eram uns jogos olimpicos quaisqueres até medalhas haviam. E que empolgante era participar naquela primeira e unica edição dos jogos olimpicos da praceta. Recordo o trabalho dos organizadores que fizeram medalhas de de ouro em cartolina amarelada, a de prata numa cartolina cinzenta e a de bronze numa cartolina alaranjada. E quanto as modalidades? O lançamento do peso ( o peso, ele próprio uma bela pedra ) , a maratona, duas voltas ao quarteirão, as provas tipo 800 metros significava umas quantas voltas aquele largo das fotos do  capitulo anterior, ciclismo também havia e algumas mais modalidades, que já não me recordo mas que se centravam mais no atletismo. O que eu me recordo foi de ter sido o mais medalhado, mas também me lembro da prova de maratona em que na ponta final corria com um amigo e como tinha ganho as corridas de velocidade, decidi atacar perto do fim só que a distancia até à meta era ainda longa e o meu amigo resistiu ao meu ataque e porque tinha mais resistência ganhou. Fiquei-me assim, por uma bela medalha de prata que é como quem diz de cartolina cinzenta mas com direito a pendurar ao pescoço. Foram osjogos olimpicos da minha vida.
  Mas o que faziamos para nos divertir , o que imaginávamos não tinha fim. Desde a celebre corrida de caricas (tampas das  cervejas) nos lancis dos passeios da bela calcada portuguesa, a corridas com carrinhos, mas com o pormenor de fabricarmos na parte central da praceta em terra os traçados originais  dos circuitos da formula 1, o circuito de monza em Italia com o formato  que ainda tem duma pistola, a circuitos mais complicados como o do Brasil e outros. Cada um com o seu carro preparado ou artilhado, um verdadeiro campeonato!
  Claro que havia os jogos com os berlindes com as covas, a piras, a meia piras e a mata, lembro- me dum jogo que era a santinha que consistia numa tabua inclinada por um pedra e depois bater o berlinde de vidro na tabua e faze-lo deslizar pela tábua para empurrar para fora dum circulo no fundo da tabua outros berlindes ficando nós proprietários deles. Julgo que as regras eram assim, mas uma coisa era certa podia chegar- se com um saco cheio de berlindes e sair com ele  vazio qual jogo de casino
  Uma vez um engenhoso fabricou uns flipers de madeira com elasticos, ficou na moda, e cheguei aa fabricar um que se pressionava um tabua e fazia saltar a bola que entretanto entrava num.buraco. Sem duvida "alta tecnologia" bem distante das consolas de jogos atuais mas com o condão de ter fabrico próprio.
  A verdade era esta: tudo podia ser aproveitado para brincadeira. Uma mera caixa de cartão da fabrica de moveis que existia em frente possibilitava uma bela corrida de tanques de guerra com dois lá dentro de gatas a fazer rolar a dita caixa.
 Ou então recordo-me dos pinheiros que eram deitados fora depois da época do natal que amontoávamos na rua e dum ponto mais alto saltávamos para cima deles.
 Jogava-se ao pião coisa que nunca fui especialista, às escondidas e muito, muito .mais... de que falarei em outra ocasião.
  Uma coisa era certa: a expressão " anda para a rua" era o melhor que se podia ouvir, casa... era para dormir e ir almoçar lanchar ou jantar.

  A vida era tão divertida e um dia vou vos falar do que as miudas faziam naqueles celebres anos 80 e 90.

      Isto eram as nossas brincadeiras!!