quinta-feira, 12 de março de 2015

MEMÓRIAS DIVERTIDAS
        
CAPITULO 16 -  O electrico                                           


  Á pouco tempo atrás quando passeava por Belém, ocorreu-me falar sobre o transporte mais apreciado pelos turistas: o nosso "celebre electrico".

  Em boa verdade convivi durante alguns anos em que frequentei uma escola nessa zona, com este "maravilhoso" meio de transporte. Hoje os nossos turistas podem viajar naquela zona em cómodos electricos que de diferente de um comboio, só tem o facto de circularem nas ruas (um pouco ao estilo dos metros de superfície que pelo país existem.
       
        Pois é...neste electrico actual temos ar condicionado e todas a condições a que temos direito.
O Eléctrico chamado 15E faz a ligação entre a Praça da Figueira e Algés, e percorre uma das zonas mais emblemáticas da cidade de Lisboa: a zona de Belém, onde pode maravilhar-se com a imponência do Mosteiro dos Jerónimos e da Torre de Belém, assim como assistir a espectáculos no Centro Cultural de Belém.

  Mas... nem sempre foram assim.
  Antes eram assim e alguns ainda continuam a circular:



 
 
Nos anos 80 eram assim, sem porta e quem andava de electrico e era jovem saía em andamento muitas vezes, porque de facto a velocidade destes veículos era tão "estonteante" que se permitia sair perfeitamente assim quando se queria sair um pouco antes da paragem.
Depois havia o local do chamado Guarda Freio, a bem dizer o maquinista e daí para dentro duas portas de correr que então davam algum conforto dentro do tão desconfortável electrico.
 


 Apesar de tudo, percorrer a Av. 24 de julho e toda aquela zona de Belém era um deleite, porque se podia receber em pleno Verão, o ar fresco que entrava pelas janelas que se baixavam mesmo ao limite dos nossos cotovelos, proporcionando uma sensação de liberdade tão grande como nenhum meio de transporte podia proporcionar.




   E para mandar parar na "próxima", nos mais antigos electricos da cidade, uma corda era puxada e tocava uma campainha junto ao guarda freio que lhe indicava a paragem na próxima.
Alguns poucos anos mais tarde já se podia carregar num botão de campainha e já um visor luminoso sinalizava o pedido de paragem.

 



Para muitos como eu, uma das coisas mais agradável era poder viajar perto do maquinista e poder observar o movimento frenético de com a mão direita rodar o manipulo (que se vê na foto) que acelerava e com a outra um pequeno manipulo que ajudava na travagem.
  
 
  E não se pense que não havia total falta de comodidade:

É que os bancos eram reversíveis e quando o guarda freio passava para a outra ponta do electrico,  era normal vê-lo a passar pelo meio deste corredor e com um simples movimento das duas mãos, virar os encostos para o lado contrário, para que todos pudessem viajar de frente para o caminho.


 
Enfim, o "Electrico da Saudade"