Capitulo 2
A Escola (o Preparatório e o secundário)
Entrar para o ciclo preparatório era uma mudança radical nas nossas vidas. De uma professora, passava-se agora para 9 ou 10, e agora tantas disciplinas! A ideia de mudança parecia boa como acontece com a maior parte dos "miudos" de agora. Ter ginastica, ter musica, ciências, linguas estrangeiras e os intervalos...! Dez minutos para descarregar o"stress" das aulas de hora a hora, era também uma boa ideia.
Uma diferença muito grande era as notas. Lembram-se daquelas provas que falei no primeiro capitulo, aí a classificação era dada com: "Mau, mediocre, suficiente, bom e muito bom". Agora chegava ao ciclo e as notas eram de 1 a 5, até duas negativas passava-se o ano, fossem elas a Matematica, Português ou "Chinês" isso não importava! Recordo-me dum ano as minhas duas negativas serem a Matemática e Francês, mas chumbei, porque consegui juntar mais 3 daquelas que não custavam nada, mas a brincadeira e o desinteresse custou caro. Havia: Desenho, Musica, Trabalhos manuais, e Ginastica - tive negativas ás três primeiras e a respectiva chumbadela no fim do ano. Fizemos em "Trabalhos manuais" uns matraquilhos quase profissionais, no ultimo periodo não chegámos a acabá-los e claro: nota - 2!
E a disciplina de Francês? Sim francês! Porque no fim dos anos 70 e nos 80, que linguas tinhamos para escolher? Francês e Inglês. Mas o que escolhiamos normalmente? O Francês! Estranho? Não. Não é novidade lembrar da emigração em massa dos Portugueses para a França e por isso esta era a lingua normalmente escolhida e só no secundário teriamos o inglês que ás vezes em algumas escolas concorria com o Alemão.
Uns pavilhões pré-fabricados acolhiam os alunos da escola preparatória onde andávamos, sem grandes condições, frios e quentissimos, e que com o passar dos anos alem de passar o frio e o calor passaram a deixar passar a "aguinha da chuva"!
Ás vezes invejava os aluno da Tele-Escola. Haviam aulas que equivaliam ao ensino oficial, para os que se matriculavam na Tele-Escola, e que aprendiam e faziam os seus testes na tranquilidade e conforto dos seus lares. Fui pesquisar como é que funcionava, mas duma coisa eu me lembro: ligar a televisão, não sei se no 1º canal ou no 2º e estar a dar aulas da Tele-Escola á tarde, então pesquisei e encontrei este comentário na Net:
"A telescola, sistema de ensino via televisão, arrancou em Portugal a 6 dejaneiro de 1965, com programação produzida nos estúdios da RadiotelevisãoPortuguesa do Monte da Virgem, no Porto. Os alunos eram
acompanhados nos postos de receção por monitores. A intenção era permitir o cumprimento aos alunos da escolaridade obrigatória, na altura constituída pelos quatro anos da Escola Primária e os dois Ciclo Preparatório. A nível geográfico a telescolapretendia servir as zonas rurais isoladas e zonas suburbanas com escolas superlotadas.
Nesta época, havia cerca de mil alunos matriculados, mas toda a população tinha acesso através da televisão às emissões que ocupavam parte da programação da tarde da RTP.
A telescola portuguesa foi uma das mais bem sucedidas na Europa.
No início da década de 70, a reforma do ensino ditou o alargamento da escolaridade obrigatória para oito anos. Nos casos em que não fosse possível proporcionar ensino direto aos alunos este podia ser substituído pela telescola.
Na década de 80, com a chegada e vulgarização dos videogravadores, a telescola deixou de ser transmitida pela televisão, libertando assim essas horas para outros programas."
A Escola (o Preparatório e o secundário)
Entrar para o ciclo preparatório era uma mudança radical nas nossas vidas. De uma professora, passava-se agora para 9 ou 10, e agora tantas disciplinas! A ideia de mudança parecia boa como acontece com a maior parte dos "miudos" de agora. Ter ginastica, ter musica, ciências, linguas estrangeiras e os intervalos...! Dez minutos para descarregar o"stress" das aulas de hora a hora, era também uma boa ideia.
Uma diferença muito grande era as notas. Lembram-se daquelas provas que falei no primeiro capitulo, aí a classificação era dada com: "Mau, mediocre, suficiente, bom e muito bom". Agora chegava ao ciclo e as notas eram de 1 a 5, até duas negativas passava-se o ano, fossem elas a Matematica, Português ou "Chinês" isso não importava! Recordo-me dum ano as minhas duas negativas serem a Matemática e Francês, mas chumbei, porque consegui juntar mais 3 daquelas que não custavam nada, mas a brincadeira e o desinteresse custou caro. Havia: Desenho, Musica, Trabalhos manuais, e Ginastica - tive negativas ás três primeiras e a respectiva chumbadela no fim do ano. Fizemos em "Trabalhos manuais" uns matraquilhos quase profissionais, no ultimo periodo não chegámos a acabá-los e claro: nota - 2!
E a disciplina de Francês? Sim francês! Porque no fim dos anos 70 e nos 80, que linguas tinhamos para escolher? Francês e Inglês. Mas o que escolhiamos normalmente? O Francês! Estranho? Não. Não é novidade lembrar da emigração em massa dos Portugueses para a França e por isso esta era a lingua normalmente escolhida e só no secundário teriamos o inglês que ás vezes em algumas escolas concorria com o Alemão.
Uns pavilhões pré-fabricados acolhiam os alunos da escola preparatória onde andávamos, sem grandes condições, frios e quentissimos, e que com o passar dos anos alem de passar o frio e o calor passaram a deixar passar a "aguinha da chuva"!
Ás vezes invejava os aluno da Tele-Escola. Haviam aulas que equivaliam ao ensino oficial, para os que se matriculavam na Tele-Escola, e que aprendiam e faziam os seus testes na tranquilidade e conforto dos seus lares. Fui pesquisar como é que funcionava, mas duma coisa eu me lembro: ligar a televisão, não sei se no 1º canal ou no 2º e estar a dar aulas da Tele-Escola á tarde, então pesquisei e encontrei este comentário na Net:
"A telescola, sistema de ensino via televisão, arrancou em Portugal a 6 dejaneiro de 1965, com programação produzida nos estúdios da RadiotelevisãoPortuguesa do Monte da Virgem, no Porto. Os alunos eram
acompanhados nos postos de receção por monitores. A intenção era permitir o cumprimento aos alunos da escolaridade obrigatória, na altura constituída pelos quatro anos da Escola Primária e os dois Ciclo Preparatório. A nível geográfico a telescolapretendia servir as zonas rurais isoladas e zonas suburbanas com escolas superlotadas.
Nesta época, havia cerca de mil alunos matriculados, mas toda a população tinha acesso através da televisão às emissões que ocupavam parte da programação da tarde da RTP.
A telescola portuguesa foi uma das mais bem sucedidas na Europa.
No início da década de 70, a reforma do ensino ditou o alargamento da escolaridade obrigatória para oito anos. Nos casos em que não fosse possível proporcionar ensino direto aos alunos este podia ser substituído pela telescola.
Na década de 80, com a chegada e vulgarização dos videogravadores, a telescola deixou de ser transmitida pela televisão, libertando assim essas horas para outros programas."
Depois quando se passava para o Secundário, lembra-me bem das opções que nos eram apresentadas, os liceus mais antigos que ainda agora existem, o liceu da Amadora, o liceu de Queluz, alguns liceus de Lisboa, como o liceu Camões e aí sim era o salto para o "desconhecido".
Recordo-me de num ano onde vivia, as aulas estarem marcadas para iniciar, por causa de problemas nos ditos pavilhões, para fim de Outubro (as aulas nos anos 70 e 80 começavam no inicio de Outubro!), depois adiaram para meados de Novembro ("que chatice!") e acabarem por começar em Janeiro! Portanto quando alguem se "chora" com o ensino ou com as condições das escolas, pensem nisto. Mas era bom...era bom para quem não delirava com a escola. Apesar de tudo recordo com saudade a minha ultima escola: a Escola Secundária Marquês de Pombal, perto de Belem.
Encontrei uma foto da minha eis escola onde aquele pátio que se vê ainda não era fechado e ocupado com campos de futebol e de basquet.
Tantas saudades que ficam...quer dizer...algumas, bem...poucas.
A fechar ainda conto um episodio da minha paixão pela escola.
Aquele pequenito da bata branca já tinha deixado a escola e já trabalhava e muitas vezes o seu descanso era perturbado por um pesadelo que o atormentava de vez em quando: sonhava que estava na escola e de repente acordava, abria os olhos e durante alguns segundos sentia o panico de ir para a escola até alegremente perceber que ia trabalhar...que alivio!
EM BREVE: "BRINCADEIRAS" em MEMÓRIAS DIVERTIDAS
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